01/05/2008

Poesia

Meu Maio

A todos
que saíram às ruas,
de corpo-máquina cansado,
a todos
que imploram feriado
às costas que a terra
extenua
Primeiro de Maio!
O primeiro dos maios:
saudai-o enquanto
harmonizamos voz em
canto.
Sou operário
este é meu maio!
Sou camponês
este é meu mês.
Sou ferro
eis o maio que eu quero!
Sou terra
O maio é minha era!

(Vladimir Maiakovski)

Um poeta da revoluçãopor Alex Minoru


Vladimir Maiakóvski nasceu no ano de 1893, na aldeia de Bagdadi, na Rússia. Em 1908, com 15 anos, juntou-se aos bolcheviques, com 16 amargou 11 meses de prisão devido à militância política. Suicidou-se em 1930 dando um tiro no próprio peito.

Maiakóvski foi um artista que abraçou a revolução russa de 1917 e colocou a sua arte a serviço do Estado operário, escreveu textos e desenhou cartazes durante a guerra civil. É autor de poemas e de peças teatrais inovadoras, sua filosofia era a de que "sem forma revolucionária não há arte revolucionária".

Com a degeneração do Estado soviético e a ascensão da política stalinista, as garras da burocracia se estenderam também para a produção cultural; surgiu uma censura à arte que não era considerada “revolucionária” pelos burocratas, como a arte que experimentava novas formas, a arte que falava de temas como o amor. Tal ideologia era impensável quando Lênin ainda vivia e foi duramente criticada por Leon Trotsky.

Ao ver sua arte podada e toda a degeneração que sofreu a revolução que ajudou a construir, por ser também ele “incapaz de ter plena consciência disso, no plano teórico, e, por conseguinte, de encontrar o caminho para superá-la” - como disse Trotsky - Maiakóvski foi levado ao suicídio aos 36 anos de idade. Trotsky diz ainda sobre o poeta: “Nos combates do período de transição, ele era o mais corajoso combatente do verbo, e tornou-se um dos mais indiscutíveis precursores da literatura que se dará à nova sociedade”.

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